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A realidade da Internet em Cabo Verde

“Caro cliente, o saldo de Internet está próximo de se esgotar. As próximas navegações serão descontadas do seu saldo“. Você conhece essa, certo?

Fala, blogueiros!

Escrevi este artigo como forma de criticar a realidade de nosso país quando o assunto é Internet.

Eu sei que a mensagem acima é uma notificação referente ao saldo de Internet móvel, mas convenhamos, em Cabo Verde nem a Internet móvel, nem a fixa podemos pagar o absurdo tarifário.

Como blogueiros precisamos entender bem a nossa realidade.

Blogueiros estão on-line, quase que 24 horas. E, em Cabo Verde, esse tempo on-line tem um preço, e falo justamente em $.

Com isso eu não quero dizer que em outras partes do mundo os provedores de Internet não cobram pela conexão.

Entender a realidade da Internet em Cabo Verde vai fazer você compreender que a política das Empresas como a Telecom e a Unitel T+ (as únicas no país) em relação aos Serviços de Internet não favorecem a quem deseja se aventurar na Web e viver de blogs, sites, canas no Youtube, etc.

É verdade que existem blogueiros que deixaram seus empregos, recusaram propostas de empresas, guardaram seus diplomas universitários e vivem de blogs; e a grande verdade por detrás de tudo isso é que ganham muito dinheiro, dinheiro suficiente para viverem bem, muito bem.

Mas, esse pequeno detalhe sobre os custos da conexão à Internet faz toda a diferença no trabalho desses blogueiros, porque diariamente trafegam na Web e nós, aqui, não temos essa liberdade, justamente por causa da limitação de dados de Internet e seus custos.

Se você acessar o site da anac.cv você vai poder ler um artigo sobre o advento da Internet em Cabo Verde:

Desde 1997, data em que se deu inicio à comercialização da Internet em Cabo Verde, pra cá, percebe-se que não faz muito tempo que estamos On-line; houve muitas melhorias nos meios tecnológicos de acesso à internet, sim, mas mesmo com a cobertura 3G/4G em muitas áreas do país, ainda não podemos nos gloriar, porque sua cobertura é medida em $ (escudos).

Pense nisso:

quanto achas que é o custo para um blogueiro ter uma conexão à Internet que o ajude a fazer seus trabalhos na Web sem pensar que daqui a pouco os megabytes vão terminar ou não pode ultrapassar seu orçamento com um pacote de Net Control?

quanto custa fazer upload, download ou assistir vídeos no youtube?

quanto custa estar On-line 24 horas?

Nós não damos ao luxo de “fazer o que bem entendermos” na Internet porque isso nos custa muito caro.

Hoje, para ter uma conexão com dados ilimitados custa em torno de 5.000$00 (cinco mil escudos Cabo-verdianos), um valor em torno de 60 dólares; agora me responda: quanto deveria ser o meu salário para que eu possa ter como pagar esse valor mensalmente só para ter uma conexão ilimitada de dados à Internet?

Se eu não procurar uma forma de gerar lucro com essa conexão, de que forma eu poderia pagar por isso?

Quando uma empresa, provedora de Internet, define o preço de seus serviços com base em megabytes de dados trafegados, ela tira do usuário toda a liberdade de navegação que a própria Web proporciona.

Quando pensamos nos meios de comunicação no nosso País, lamentamos a cruel realidade quanto às políticas de acesso à Internet e o preço dos serviços cobrados pela Telecom e a Unitel T+.

Só para exemplificar: um amigo me contou que ao questionar um operador da Telecom Cabo Verde sobre o por quê de os custos de acesso à internet serem tão altos, a resposta foi a seguinte “quando se chupa uma laranja, você chupa até sobrar só o bagaço”, em outras palavras, quando sugam do povo os $, sugam até o último centavo.

Declaração impressionante, não é?

Em outra situação, eu reclamei dos altos custos de acesso a Internet e a falta de profissionalismo de muitos dos funcionários da empresa que trabalham no SAC, uma pessoa, utilizando o perfil da própria empresa comentou “ê pa mama” (é pra chupar), a mesma ideologia do operador do exemplo anterior, ou quem sabe seja a própria política suja da empresa.

Quem perde com isso? Eu, você, nós! Nós perdemos nesse meio de políticas que não favorecem o acesso à rede Internet que é propriamente gratuita, porque nós não pagamos para estar na Internet, pagamos caro para conectar-se a ela.

Ter cobertura nacional de acesso à Internet não quer dizer que a Internet chega a todos, se todos não puderem pagar para tê-la. Perde o país que poderia estar mais desenvolvido em tecnologias Web, […], perdemos tudo o que o mundo já faz na Web e nós não, justamente porque ainda somos escravos de um sistema monopolizador que não pensa no desenvolvimento, […]. A conversa afiada do momento é “transformar Cabo Verde é um hub digital em África” – digitalizar o quê? Sistemas de governança? Só isso?

Todos nós perdemos nesse meio.

É muito triste, pra não dizer chocante, escutar de um estudante universitário da área de TIC reclamar de megabytes para fazer pesquisas ou um trabalho da universidade. Às vezes precisa dirigir à escola para fazer acessar a Internet e fazer pesquisas, e isso quando não há aquelas rígidas restrições na rede.

Se até onde ensinamos tecnologia da informação o acesso à Internet é precário e restrito, imagine o resto do país.

Essas empresas poderiam investir em recursos tecnológicos e proporcionar ao povo a liberdade, como o resto do mundo, de estar na Web. Não me refiro a pacotes de dados de Internet Móvel, mas os pacotes de Internet fixa.

Procurar uma forma de ganhar dinheiro On-line em Cabo Verde faz todo o sentido, no entanto, vai ter um custo e por incrível que pareça, o maior custo é o de acesso à internet.

A questão em jogo não é a impossibilidade de liberar uma conexão ilimitada de dados, mas sim, lucrar com isso, porque se todos os Cabo-verdianos contratassem o pacote ilimitado de dados à Internet, a empresa monopolizadora certamente instalaria o serviço, mas prover dados ilimitados nos pacotes que a empresa oferece, isso não fazem, e o motivo nós já sabemos.

Resumindo, a nossa realidade é cruel, não nos permite aventurar na Web e viver de blogs como gostaríamos, mas isso não se torna uma impossibilidade, contanto que paguemos o preço.

Essa breve análise é apenas pontos soltos de uma realidade bem mais cruel, se pesquisada a fundo e comparar com o resto do mundo.

Quem acha que a Internet se resume a estar no Facebook ou o WhastApp, tudo bem, mas para quem precisa de Internet para trabalhar como Blogueiro ou Webmaster não pode, simplesmente, conformar com essa realidade.

Há algo mais frustrante do que a notificação “Caro cliente, o saldo de Internet está próximo de se esgotar. Agora a navegação será cobrada de seu saldo“? Temos condições de navegar na Internet com o saldo?

É disso que falo. Que tentem justificar os funcionários da CVMovel, Unitel T+ e quem quer que seja, mas essa é a triste verdade.

Já pensou se pudermos ter acesso ilimitada à Internet em qualquer pacote de dados? Eu mesmo montaria uma Agência de Consultoria Digital, abriria uma Escola de Informática com cursos on-line ou até mesmo uma Escola de Blogueiros ainda hoje, mas não posso, pelos motivos já expostos; no entanto, sonho com isso.

Conhecendo essa realidade, não quero lhe desanimar do sonho de ganhar dinheiro na Internet com sites e blogs, mas tenha isso em mente porque blogueiros “vivem na Web” e aqui o acesso à Web é cara demais.

O que você pensa sobre isso? Deixe seu comentário abaixo!

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